quarta-feira, 15 de junho de 2011

FAMÍLIA PARTE 3

“A situação das famílias é também caracterizada por problemas sociais de natureza diversas, tais como atentados freqüentes aos direitos humanos, exploração e abuso, barreiras econômicas, sociais e culturais ao desenvolvimento integral de seus membros”.[1]
            A partir dos pressupostos apresentados até aqui, concluí-se que a instituição familiar tem passado por momentos de instabilidade, conflitos e crises. Vários aspectos têm contribuído para este quadro. Entre eles, pode-se destacar os seguintes: o relacionamento entre seus integrantes é vivenciado de forma e mentalidade utilitarista, o consumismo introduziu o primado do trabalho e do lucro em detrimento do diálogo, a evolução da família patriarcal para a família celular trouxe solidão e insegurança, a mídia tem bombardeado o núcleo familiar, já fragilizado, com mensagens banais, consumistas e desagregadoras, a cultura urbana leva ao desinteresse recíproco dos indivíduos e da família.
            Torna-se necessário, portanto, que se crie mecanismos de defesa, apoiados não só na cultura , mas também nos meios econômicos e legislativos, afim de salvaguardar a família das ameaças que ela vem sofrendo contra a deformação de sua missão pelos meios de comunicação social, pelo consumismo desenfreado e por legislações incoerentes e injustas. Levar as famílias a se inserirem no campo político, promovendo os seus verdadeiros valores. Tornando-a deste modo, uma comunidade de diálogo e de humanidade, onde haja respeito, confiança, sinceridade no estar junto e na co-responsabilidade, propiciando plena liberdade para a manifestação do amor, seja ele conjugal, paterno, materno, filial ou fraterno. Uma política que favoreça e promova as famílias das classes excluídas e menos favorecidas, particularmente, nas áreas de habitação, emprego, previdência, saúde e educação, e desenvolver canais que possam estimular a participação das famílias no campo político, visando a promoção e a defesa de seus direitos e valores.
A família é um núcleo de convivência, unido por laços afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto. É a definição que conhecemos. Entretanto, esta convivência pode ser feliz ou insuportável, pois seus laços afetivos podem experimentar o encanto do amor e a tristeza do ódio. E a morada sobre o mesmo teto? Dependendo dessas fases contrastantes, ela pode ser um centro de referência, onde se busca e se vivencia o amor, ou... um mero alojamento.
A família não é algo que nos é dado de uma vez por todas, mas nos é dada como uma semente que necessita de cuidados constantes para crescer e desenvolver-se. Quando casamos, sabemos que, entre outras coisas, temos essa semente que pode germinar e um dia dar fruto: ser uma família de verdade. Devemos, portanto, estar conscientes de que é preciso trabalhá-la e cultivá-la sempre, constantemente, e com muito amor.
 Rev. Roberto Lugon
pastorlugon@hotmail.com
www.metodistacarlosprates.com.br



[1] UNICEF. Família Brasileira: a base de tudo.  São Paulo, Cortez, 1994, pág. 12.

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