quarta-feira, 15 de junho de 2011

FAMÍLIA - PARTE 2

FAMÍLIA ( parte 2)
“O estudo da família não pode ocorrer sem uma compreensão dos movimentos históricos, culturais, econômicos etc, que são inerentes aos processos humanos. A abordagem inter - disciplinar, a sociologia, a psicologia, a política, a economia, a religião, etc, podem enriquecer a compreensão de como se dá a estrutura familiar, suas diferentes formas de acontecer e as influências do contexto que está inserida”.[1]
            Hoje, infelizmente, é crescente o número de famílias que não podem sobreviver com dignidade e ficam impedidas de cumprir seu papel social. Vive-se hoje num contexto onde cresce a visão da interdependência das pessoas para a realização do bem comum. Mesmo assim, diminui a proximidade entre grandes parcelas da população, decrescendo desta forma, a comunhão e a capacidade de relacionamento comunitário, aumentando o individualismo e a insensibilidade. Também, é possível notar um grande vazio e insatisfações nas realizações das pessoas independentes e auto-suficientes, que se encontram só, mesmo quando rodeadas de amigos, instaurando a cultura do descompromisso, do “descartável”.
            A cultura dominante nos meios de comunicação serve a outros interesses, promovendo o reducionismo, o materialismo e o secularismo, controlando os valores éticos/cristãos e a família. Assim, os relacionamentos tendem a ser superficiais, passageiros e de interesses próprios, tornando as pessoas objetos e não sujeitos de sua existência.
            Apesar de um crescente desenvolvimento técnico científico, que proporciona recursos para uma vida de progresso, é frustrante a realidade em que vive grande parcela da população, sem condições de sobrevivência e de dignidade, não podendo realizar seus direitos fundamentais. Numa observação mais atenta, percebe-se que as pessoas “socialmente privilegiadas” são escravas da luta pelo poder do possuir, do consumir, vivem sem experimentar a realização pessoal e interior, no vazio, com ansiedades e tensões.
            Outras transformações de grande relevância estão presentes nos dias de hoje: de um modo geral, a sociedade, e não mais a família, fornece ao indivíduo o trabalho profissional e sua identidade social. Até a educação foi assumida, em boa porcentagem, pela sociedade, os filhos escapam mais cedo da tutela dos pais. A família moderna tornou-se nuclear ou conjugal, sendo constituída pelo casal e pelos filhos menores, a hierarquia das idades e dos sexos estão se alterando com constância, restringindo-se desta maneira, a autoridade paterna. Hoje, a livre escolha do parceiro é um traço marcante da transformação da família. Nas diversas camadas sociais, a família tem o impacto direto da pornografia, alcoolismo, drogas, prostituição, da infidelidade conjugal, apresentando-se como vítima de uma estrutura injusta, não possuindo mais um caráter uniforme.
Rev. Roberto Lugon
pastorlugon@hotmail.com
www.metodistacarlosprates.com.br


[1] ROSA Ronaldo Sathler & CASTRO Dagmar Silva Pinto de. Compreendendo o que é Família. São Paulo, Editeo, 1995, pág. 9

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